O que é a Aprendizagem Baseada em Problemas?
A Aprendizagem Baseada em Problemas (do inglês Problem-Based-Learning ou PBL) é uma proposta pedagógica que consiste no ensino focado no estudante e baseado na solução de problemas, sejam eles reais ou simulados. Para solucionar esses problemas, os alunos devem recorrer inicialmente à conhecimentos prévios, através de discussões em grupos. Depois eles estudam e adquirem novos conhecimentos que são integrados aos já existentes.
Percebe-se assim, que nesse modelo o foco principal não é apenas a aquisição de conhecimento, mas sim a forma como esse conteúdo é adquirido, através de uma participação ativa dos estudantes. Ocorre também um incentivo a articulação de conhecimentos, a autonomia do estudante, troca de informações com os colegas e trabalho em grupo.
Histórico
Em 1965, John Evans assumiu a a reitoria da escola de medicina de McMaster (Canadá) com o desejo de mudar a forma como a medicina vinha sendo ensinada. Juntamente com outros quatro médicos, ele instituiu um Comitê para possibilitar que os estudantes desenvolvessem habilidades de resolver problemas e juntar, avaliar, interpretar e aplicar uma
grande quantidade de informações que trouxessem melhores respostas aos
pacientes.
Eles se inspiraram nos estudos de casos desenvolvidos na de estudo de casos da Harvard
Business School, mas que tinha uma pequena diferença na proposta, visto que os alunos discutiam os problemas já no final do curso, quando já possuíam muito conhecimento sobre o assunto.
Outro modelo que inspirou a McMaster foi aplicado em 1952 pela Faculdade de
Medicina da Case Western Reserve University de Ohio, Estados Unidos. Nele
havia quatro particularidades: 1. Interdisciplinaridade; 2. Menor número de
docentes; 3. Maior número de disciplinas optativas; 4. Controle curricular feito
por comissões temáticas.
Na década 70 do século passado, a ABP foi introduzida na Universidade de
Maastricht, na Holanda, em Newcastle na Austrália e Harvard, nos Estados
Unidos. No Brasil, foi implantado na Escola de Saúde Pública do Ceará em 1993, na Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) em 1997 e no curso de
Ciências Médicas da Universidade de Londrina (UEL) em 1998. Atualmente vem sendo empregado em diversas universidades do mundo, assim
como no Brasil, não apenas na área da saúde, mas também em outras áreas como
engenharia, enfermagem, pedagogia e também na administração.
Como funciona?
O currículo dos cursos que utilizam PBL é geralmente é dividido em módulos ou unidades
temáticas, que são compostos de várias sessões
e integram diversas disciplinas. Em um único problema assuntos de Anatomia, Histologia e Fisiologia são integrados (isso funciona não apenas para as disciplinas básicas, mas para as disciplinas clínicas também).
Em um módulo sobre o Sistema Respiratório, por exemplo, os alunos estudam desde a composição das células de capa órgão que compõe esse sistema, a anatomia desses órgãos, o funcionamento e possíveis correlações clínicas.
O elemento central do PBL é o aluno, e o grupo
tutorial é a base do método. O grupo é composto por no máximo 10 alunos, que são apresentados a um problema (pré-elaborado
por um conjunto de docentes) e, com a facilitação
de um tutor (professor), são estimulados a discutir e elaborar hipóteses.
Esta situação motivadora nos grupos tutoriais
leva a definição de objetivos de aprendizagem, que
serão os estímulos para o estudo individual. Depois do estudo individual, os alunos se reúnem novamente e discutem os objetivos, integrando os conhecimentos.
Farei um outro post explicando como funciona na prática as reuniões dos grupos tutoriais e a função de cada integrante dele, certo?
> Protagonismo do estudante na sua aprendizagem, levando-o a busca ativa por conhecimento;
> Desenvolvimento de habilidades de comunicação, pois o aluno é "obrigado" a falar no grupo;
> Desenvolvimento de capacidade de trabalhar em grupo;
> Respeito à opiniões diferentes, autocrítica;
> Desenvolvimento de habilidades de pesquisar e selecionar o material de estudos;
Quais as vantagens??
> Protagonismo do estudante na sua aprendizagem, levando-o a busca ativa por conhecimento;
> Desenvolvimento de habilidades de comunicação, pois o aluno é "obrigado" a falar no grupo;
> Desenvolvimento de capacidade de trabalhar em grupo;
> Respeito à opiniões diferentes, autocrítica;
> Desenvolvimento de habilidades de pesquisar e selecionar o material de estudos;
Referências
BORGES, M. C. et al. Aprendizado baseado em problemas. Medicina (Ribeirão Preto) 2014;47(3): 301-7. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.br/2014/vol47n3/8_Aprendizado-baseado-em-problemas.pdf>
BOROCHOVICIUS, E.; TORTELLA, J. C. B. Aprendizagem Baseada em Problemas:
um método de ensino-aprendizagem
e suas práticas educativas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.22, n. 83, p. 263-294, abr./jun. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v22n83/a02v22n83.pdf>
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